O desmatamento na Amazônia e os impactos na economia

O desmatamento na Amazônia tem causado grande impacto nas redes sociais e, principalmente, em movimentos e organizações que cuidam do meio ambiente. O prejuízo tem preocupado quem depende das áreas verdes para produzir e vender em todo país.

De acordo com um estudo publicado pela Universidade de Oklahoma, na revista científica Nature Sustainability, a recuperação das áreas atingidas é possível, no cenário mais otimista, o que contribui com o cenário econômico para indústrias e varejistas.

O prejuízo causa impacto em todo o país de diversas formas, como o desempenho do mercado, que depende (em muito) do que é cultivado na Amazônia para produzir, vender e dar continuidade ao fluxo que já existe e levar produtos para as prateleiras dos varejistas.

As queimadas na Amazônia e a fonte de matéria-prima

Segundo um estudo publicado pelo Journal of Geophysical Research, de 50 a 60% da área florestal da Amazônia já afetada pelo desmatamento e as queimadas causa impacto no clima de todo o país, provocando um atraso de, pelo menos, uma semana nas chuvas.

No caso do milho e soja, por exemplo, este atraso pode causar grande impacto para a produção, principalmente porque a safra é dividida em duas. Para o produtor, uma solução é realizar a próxima plantação depois de um cenário positivo para o próximo período chuvoso, o que pode provocar atrasos em cronogramas estabelecidos.

Com esse atraso, é possível que o produtor não consiga realizar o cultivo na mesma estação, já que precisa de uma semana para a colheita entre uma safra e outra, impactando mais uma vez no cronograma e na qualidade da matéria-prima de diversos produtos.

Para muitos especialistas, o reflorestamento e ações que possam diminuir e reparar o impacto e os danos causados pelas queimadas e o desmatamento, não afetam só a produção, mas o clima de todo o país e, com ele, outros fatores.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os alertas de desmatamento na Amazônia cresceram 278% em julho de 2019, em relação ao mesmo mês em 2018, que havia sido de 88%. De janeiro a agosto, são 72.843 focos de incêndio, sendo concentrados em:

  • Mato Grosso do Sul (+256%);
  • Pará (+199%);
  • Acre (+196%);
  • e Rondônia (+190%).

Por outro lado, desde 1998, quando o INPE começou a registrar os focos de incêndio no Brasil, os número caíram, sendo 123.896 em 1998 e 101.530 em 2000. Diversas ações foram tomadas para que isso acontecesse, mantendo o progresso econômico do país e a renda dos trabalhadores.

Você conhece a MP 881?

Para que atrasos na produção sejam evitados e empresários não tenham prejuízos, a MP 881 (Medida Provisória) – a MP da Liberdade Econômica – flexibiliza as ações de expansão da agricultura e pecuária, caso órgãos do meio ambiente atrasem a liberação de licenças ambientais. Em caso de ações consideradas de baixo impacto, a liberação é dispensada.

O 3º artigo da MP 881, aprovado pelo Senado, também autoriza atividades econômicas de baixo risco, permitindo que empresários possam utilizar propriedades privadas próprias ou de terceiros, de forma consensual.

Relações comerciais em perigo

Os focos de incêndio e o desmatamento têm causado grande preocupação para alguns empresários brasileiros, que realizam a exportação de produtos para outros países, devido ao uso de matéria-prima para a produção do nosso próprio país e os acordos comerciais com outros países.

Possíveis conflitos de relações, parcerias e acordos comerciais entre empresas brasileiras e estrangeiras podem gerar prejuízos, principalmente se tratando de contratos grandes, que podem impactar de forma mais ampla a economia do Brasil.

Um dos exemplos são a soja e a carne, vendidas principalmente para a China e outros países asiáticos. Atualmente, a soja é o produto mais exportado do Brasil, sendo que 75% da soja brasileira é vendida para a China. 

Como as exportações brasileiras caíram 14,6% para a União Europeia, em US$ 20,4 bilhões em relação ao mesmo período no ano passado, segundo o Ministério da Economia, há o risco de outros produtores incentivarem o boicote de produtos brasileiros, usando da interpretação de dados para justificar o protecionismo já existente.

Além disso, alguns varejistas podem decidir impor regras mais “duras” para a fabricação, devido à pressão dos clientes, que levam em conta fatores sobre a sustentabilidade e redução de impactos no meio ambiente do produto, no momento da compra.

Como as queimadas na Amazônia impactam o varejo?

Com tantas variáveis para se considerar, o varejo precisa se preparar para todas as consequências de diversas formas, se planejando e analisando qualquer tipo de influência e fator que possa oferecer riscos, principalmente em determinados setores, que dependem exclusivamente de produtos originados da Amazônia.

A falta de matéria-prima, produtos e a insatisfação do consumidor com as queimadas e, consequentemente, com os produtos que têm sua origem na Amazônia, podem provocar problemas para as vendas dos varejistas.

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